Fauna anfíbia da mata atlântica do norte de Santa Catarina.
Os anfíbios anuros pertencentes à família dos hilídeos (Hylidae) são conhecidos como PERERECAS. Este trabalho fotográfico, realizado no próprio hábitat das espécies, só foi possível graças ao patrocínio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e faz parte dos projetos:
1) Fauna Anfíbia da Floresta Atlântica - Ano: 2000. 2) Crianças Salvando os Anfíbios e a Floresta Atlântica - Ano: 2001. 3) Crianças Salvando os Anfíbios e a Floresta Atlântica II - Ano: 2002.
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SAPO-MARTELO Hyla faber Tamanho: 10 cm ESTRATÉGIA DE REPRODUÇÃO: o macho escava, às margens de uma lagoa, uma bacia ou gamela no barro, com cerca de 30 cm de diâmetro, especialmente para a fêmea depositar seus ovos, em torno de 3000, que ficam grudados numa película de gel sobre a superfície da água. Os ovos são brancos na parte inferior, que fica submersa, e pretos na parte superior, que fica exposta sol, para que o embrião fique protegido contra os raios solares. Esta película de gel que mantém os ovos na superfície da água não pode ser rompida, senão os ovos afundam e não vingam porque ficam sem o oxigênio do ar. Por isso, ninguém deve mexer nesses ninhos. É interessante esta estratégia de isolar a poça do restante de uma lagoa, é uma boa garantia de segurança para os girinos nela retidos. Durante um certo período, os girinos desenvolvem-se dentro dessa poça até que uma inundação os liberem para a lagoa principal. Os girinos do sapo-martelo têm uma adaptação especial para sobreviver com nível bastante baixo de oxigênio na água, situação que normalmente ocorre na água retida nessas pequenas poças. Se a poça secar, os girinos resistem por mais de 24 horas.
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Estratégia de reprodução do sapo-martelo: O macho constrói uma piscina (gamela) isolada da lagoa principal, garantindo um ambiente seguro para os girinos. Após uma inundação, os girinos, já bem desenvolvidos, vão para a lagoa principal.
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RÃZINHA-DE-BROMÉLIA Scinax perpusilla Tamanho: 18 mm ESTRATÉGIA DE REPRODUÇÃO: a desova ocorre em bromélias. Os ovos, em torno de 20, são depositados na água acumulada entre as folhas das bromélias. Os girinos desenvolvem-se neste ambiente.Esta espécie vive exclusivamente em bromélias, em todas as fases de sua vida. Entra em atividade somente à noite, alimentando-se dos mosquitos (pernilongos) que se dirigem às bromélias para reproduzir-se na água acumulada. Durante o dia fica escondida entre as folhas das bromélias, sobre as quais os machos coaxam durante a noite. Mesmo vivendo dentro das bromélias, não está livre da ação de predadores: existem espécies de cobras especializadas em revistar minuciosamente as bromélias a procura dessa e de outras espécies de pererecas que ali se abrigam. Evidentemente, seu tamanho minúsculo e sua habilidade em escapar dificultam um pouco as coisas para os predadores. O número de ovos é reduzido por causa da estratégia segura de depositar os ovos nesse ambiente, onde não há predadores (aquáticos) dos girinos.
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Scinax sp - grupo rubra - Perereca
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PERERECA-CARNEIRINHO Hyla albopunctata Tamanho: 55 mm
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PERERECA Scinax sp. - grupo Catharinae Tamanho: 36 mm
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PERERECA Phrynohyas mesophaea Tamanho: 60 mm
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PERERECA Phrynohyas mesophaea Tamanho: 60 mm
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Hyla minuta Tamanho: 20 mm
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PERERECA-DO-PLANALTO Hyla nahdereri Tamanho: 43 mm
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PERERECA Hyla circumdata
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Estratégia de reprodução de Hyla circumdata: Desova nas pequenas poças, nos banhados. Os ovos são depositados em esferas de gel. No planalto catarinense, onde ocorre, esta espécie vem sendo exterminada devido a destruição dos banhados
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PERERECA Hyla prasina Tamanho: 40 mm Macho coaxando. No mundo dos anfíbios somente os machos coaxam (as fêmeas são mudas). O objetivo principal é a atração sexual.
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PERERECA-DA-TABOA Hyla sanborni
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PERERECA Hyla geographica Tamanho: 37 mm
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PERERECA-BICUDA Scinax squalirostris Tamanho: 25 mm
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RÃ-FLAUTINHA Hyla albosignata Tamanho: 47 mm
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Hyla werneri Tamanho: 20 mm
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PERERECA-DO-RIACHO Hyla hylax Tamanho: 61 mm Para reprodução utiliza rios e riachos no meio da floresta densa. Este exemplar foi fotografado, quando estava coaxando, próximo a um rio com 3 metros de largura, no interior de uma área de floresta atlântica virgem, em Guaramirim, SC. Provavelmente, a desova ocorre nas vertentes, em pequenas poças, próxima aos rios, para onde os girinos são conduzidos durante as enxurradas. Nestas vertentes, além de muitos girinos em estágio inicial, já encontramos também um macho girando o corpo na lama, diversas vezes (semelhante à técnica utilizada pelo sapo-martelo, Hyla faber, para construir a gamela), de modo a causar uma depressão para empoçar água. Não tivemos a oportunidade de constatar se ocorreu alguma desova naquele ponto.
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PERERECA-TRANSPORTA-OVOS Flectonotus fissilis Tamanho: 25 mm Utiliza uma forma de reprodução muito peculiar: após fecundados, a fêmea carrega seus ovos nas costas numa espécie de bolsa e, quando eclodem, os girinos são depositados na água acumulada nas bromélias. Ocorre no interior de floresta altlântica original (preservada).
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